Acerca desta problemática toda da licenciatura (ou falta dela) do nosso Primeiro, muito se tem dito, e até nem me estava a ralar especialmente com o assunto. Mas, de facto, tem o seu "quê" de caricato.
Não que me faça espécie que um Primeiro Ministro não seja Licenciado. Não acho que tenha que o ser, até porque, mesmo que este seja, a Licenciatura em Engenharia Civil talvez lhe desse mais algum skill , sei lá, para a pasta do Ordenamento do território, ou para as Obras Públicas... mas para Primeiro Ministro, não estou a ver, pode vir de qualquer formação, na minha modesta opinião, tem é que ser uma pessoa dotada de muito sentido prático, muito ponderada e firme, para além de conhecedora de todas as realidades no terreno. Não me choca que ele tenha aldrabado o curso. Choca-me, isso sim, que se faça passar por uma coisa que não é. Á boa maneira portuguesa (conheço muitos que o fazem, mas, bolas, não são Primeiros Ministros), apregoa-se como licenciado, faz palestras para estudantes e recém licenciados, dizendo que passou pelo mesmo. Isto é enganar as pessoas.
No Público de hoje, pode ler-se que o rapaz, caladinho que nem um rato até agora - pudera! - veio dizer que quem andou a dizer que ele era licenciado não foi ele. Especificamente, "A referência nas biografias oficiais da Assembleia da República de 1993 à licenciatura em Engenharia Civil de José Sócrates "está errada e constitui um lapso ao qual o primeiro-ministro é completamente alheio" (informação do gabinete do chefe do governo).
Pois, pois. Bem, e o rapaz, que até nem deve ter lido a biografia nem nada (!), nunca se preocupou em desmentir essa chatice de coisa que é andarem a dizer que se é licenciado quando isso não é verdade. É. Suponho que se tivessem dito que ele tinha apenas a 4ª classe, que ele também não se importava um chavelho com isso.
Mais: "As biografias oficiais da Assembleia da República de 1993 já apresentavam José Sócrates como licenciado em Engenharia Civil, três anos antes de ter concluído a sua licenciatura na Universidade Independente, avançou hoje o Rádio Clube Português.". Se isto é verdade... pior.
Acredito que a oposição queira fazer um cavalo de batalha disto, também. Uma celeuma destas agita sempre a manta política, já sabemos que a malta gosta mesmo é de podres.
Mas querem saber? O que interessa se em 93 o homem tinha um bacharelato, e disseram que ele tinha uma licenciatura (que terminou depois em 96)? Grave é saber que o fez numa universidade privada que pode muito bem ter-lhe oferecido o grau sem qualquer tipo de mérito (será que pagou as propinas?), e há que saber ainda a troco de quê (o Louçã nisso tem razão - mas só nisso: há que averiguar eventuais favorecimentos).
Na política é assim, todos sabemos, uma mão lava a outra, ambas atiram sabão para os olhos do povo, e enquanto ficamos a esfregar de dor, os tipos fazem o que querem.
Licenciado ou não, é ver como anda o nosso quintal, para avaliar das competências....