Digno de um filme americano, mas à portuguesa, foi este episódio do sequestro do BES, que vimos todos ontem em directo pela televisão. Finalmente, uma demonstração de competência das nossas forças policiais que, com toda a precaução mas toda a veemência, puseram cobro ao atrevimento de dois tipos que se lembraram de armar em parvos e assaltar um banco. É grave assaltar um banco, mas mais grave é fazer reféns e apontar-lhes armas à cabeça, aprisionando-os durante tantas horas. Morreu um, deviam ter morrido os dois. Não me faz qualquer tipo de pena serem jovens, não me comove que sejam duas pessoas desesperadas: eles tinham sempre uma outra opção - a de não cometer o crime. A partir do momento que que deixam de ameaçar apenas bens materiais, mas ameaçam manifestamente a vida humana e a integridade fisica dos reféns, perdem todos os direitos e garantias e merecem ser pagos na mesma moeda. Este tipo de cancro social tem que ser parado, e caso não se fizesse nada, o exemplo não seria dado. A polícia actuou soberbamente bem, esperou até ter a certeza de que teria que actuar assim. Volto a dizer, pena não ter liquidado ambos os sequestradores, que este que ficou vivo sobreviverá á custa dos meus impostos, e isso não está certo. Qual solidariedade, qual quê.
A piada agora vai ser ver a canção dos "coitadinhos, que eram imigrantes brasileiros, coitadinhos que eram tão novos, coitadinhos que eram pobrezinhos". Já não há pachorra para isso. Chega deste pensamento geral que tudo se pode fazer impunemente. Este jogo social tem regras, e felizmente a polícia mostrou que está aí para as fazer cumprir, custe o que custar - pena não ser sempre assim.
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