quarta-feira, novembro 7

Como se engorda o porco deles

Eu pago a minha casa, tu também pagas, eles pagam o carro, nós pagamos o computador, vós pagais a mobília da sala, eles pagam ainda a máquina de lavar roupa. É assim que se conjugam verbos como o "Crédito à habitação", "Leasing" e "Crédito pessoal", entre outros. A classe média, média-baixa, e até mesmo média-alta, vivem este terror diário de contar tostões para conseguir pagar todos os malfadados empréstimos que se vão contraindo para fazer face à desgraceira que é o custo de vida que temos. Oferecem-nos dinheiro pelos olhos dentro, os bancos. É tudo tão fácil, como assinar o nosso nome num papel. E assinamos, depois, todos os meses nos vamos apercebendo de mais alguma coisita que não nos explicaram, ou não quisemos ouvir, e que é menos boa para nós. E a prestação cai. As prestações todas, para quem recorre muito, por vício ou por necessidade, ao crédito.
Duas classes ficam de fora - a classe alta, que não tem qualquer problema, pois, recorrendo muito ao crédito como é seu hábito, se não pagar, ninguém chateia, e ainda oferecem mais créditos aprovados (veja-se o caso do filho do Jardim Gonçalves... ele sim, tem pais ricos, não precisou do BES, resolveu o problema no BCP). A Classe baixa, essa, divide-se em duas: a que vive de expedientes e do rendimento mínimo, à custa do que todos nós andamos a pagar, recusando-se a trabalhar, porque é sempre melhor ter tempo para gastar o dinheiro do subsídio, e a que trabalha precariamente, ganha e vive mal, a quem os bancos recusam sequer que se sentem nas cadeiras do atendimento para créditos... Esses não tem empréstimos para pagar Terão outros problemas. Mas o que é vergonhoso é esta promiscuidade dos bancos em facilitar tudo para se ir buscar um cliente para crédito, para depois o esfolar vivo durante uma data de anos, sugando-o até ao tutano, muitas vezes deixando-o na miséria. O cliente incauto cai nisto, mas o mais experiente acaba por cair também. O consumismo, a fraca qualidade e pouca durabilidade dos bens que se compram, mesmo dos mais caros, as exigências sociais, etc, etc, etc, obrigam a recorrer ao crédito para fazer face à despesa que não se consegue pagar a pronto... Custa tão pouco como só o dobro daquilo que se pede. E para quê? Para isto. Lucros astronómicos para os Bancos. É o nosso dinheiro, meus caros, que vai engordando os porquinhos deles, e esmifrando os nossos.

6 comentários:

T. Santos disse...

É certo que os bancos cobram muito, mas também é certo que se não fossem eles o pessoal ainda vivia todo na casa dos paizinhos.
Hoje em dia por muito que se queira custa conseguir poupar, e os donos dos bancos e dos "cofidis" é que aproveitam, estes ultimos então nem se fala!

Sofia Melo disse...

Verdadíssima, caro T. Santos. mas também conheço muita gente que comprou casa para sair de casa dos pais, mas agora quem continua a providenciar as refeições, os tratamentos de roupa, e paga as prestações são os próprios pais... culpa da porcaria de empregos que há por aí, que não duram ou segundo, ou pagam uma miséria à malta.
Cofidizes, esses sim, verdadeiros usurários sugadores de dinheiro...

Casemiro dos Plásticos disse...

como já disse noutro blog... e tanta gente pobre, sem comer e tal, estes gajos sem mais nem menos... enfim tá bonito tá!

Anónimo disse...

Como eu sei o que é isso carinha!
Estou ralando o mesmo aqui no Brasil. Se cuida amor e aquele abraço.

Cati disse...

Às vezes gostava de deixar de ter dinheiro no banco. E que todos deixassem de o fazer também. Vê-los morrer à míngua. CABRÕES.

Mas porque é que esta gente pensa que é mais que os outros?!?

Um valente pinheiro no cu - no cu deles todos!!! Era o que mereciam...

A estes eu abomino. Mesmo. Mais do que o Bluerussian abomina a Carolina Salgado.

Um beijinho...

Cati disse...

A bluerussian... desculpa o lapso!