Detesto velórios. Funerais, pior ainda, especialmente se for de gente conhecida, ou da família. Ver gente morta, coberta por um pano ou um vidro, no meio dos entrefolhos do cetim de um caixão é, no mínimo, de tirar o sono nessa noite.
Realmente, entende-se o porquê de, nos primórdios, os nossos antepassados optarem por enterrar os mortos, pois, por um lado, os cadáveres em putrefacção nunca foram bons vizinhos, e, por outro lado, ninguém gostaria de ver um ente querido a ser devorado por abutres, minhocas ou coisa pior.
Depois, sempre ficam ali os restos mortais, guardados num jardim mais ou menos bonito, consoante os casos, para lá irmos prestar homenagem e fazer uma visitinha. Mas, de facto, com tanta gente a morrer por aí, daqui a uns anos não há terrenos para cemitérios, especialmente se a construção não parar - e a menos que se inicie a construção de condomínios para a vida eterna, isto é, cemitérios de luxo: aí, onde vão enterrar-se os nossos mortos?
Na minha terra, um de cujus que não seja velado em casa é um triste que nem casa tem de jeito - para mim, são famílias que tem juízo, e depositam os seus falecidos na capela, não tendo que viver o resto da vida com a imagem daquela pessoa morta, ali na sala.
E depois, o ritual todo, o enterro, a procissão ao cemitério... arrepia-me.
É notícia do Publico que as cremações aumentaram radicalmente (4 vezes) em Lisboa, nos últimos 10 anos, e a tendência é nacional. Gente com juízo, também. E sempre se pode levar o potinho das cinzas para por em cima da lareira, e prestar homenagem todas as manhãs ao pequeno almoço.
Depois, sempre ficam ali os restos mortais, guardados num jardim mais ou menos bonito, consoante os casos, para lá irmos prestar homenagem e fazer uma visitinha. Mas, de facto, com tanta gente a morrer por aí, daqui a uns anos não há terrenos para cemitérios, especialmente se a construção não parar - e a menos que se inicie a construção de condomínios para a vida eterna, isto é, cemitérios de luxo: aí, onde vão enterrar-se os nossos mortos?
Na minha terra, um de cujus que não seja velado em casa é um triste que nem casa tem de jeito - para mim, são famílias que tem juízo, e depositam os seus falecidos na capela, não tendo que viver o resto da vida com a imagem daquela pessoa morta, ali na sala.
E depois, o ritual todo, o enterro, a procissão ao cemitério... arrepia-me.
É notícia do Publico que as cremações aumentaram radicalmente (4 vezes) em Lisboa, nos últimos 10 anos, e a tendência é nacional. Gente com juízo, também. E sempre se pode levar o potinho das cinzas para por em cima da lareira, e prestar homenagem todas as manhãs ao pequeno almoço.
6 comentários:
E até se pode snifar, como o Keith Richards...
A mim parece-me óptimo... é claro que a possibilidades de poder snifá-lo, não tem qualquer peso para mim, embora compreenda que para algumas pessoas possa ser uma vantagem considerável! looolll
Chiça pá... é mesmo spooky!
Velar mortos em casa?!? Isso ainda se usa?!? Que horror...
Estou plenamente de acordo contigo!!!
Beijo!
falar da morte provoca-me arrepios, não vou comentar a serio mas não é por mal... pensar, falar em morte bah quando me acontecer isso talvez mande o bitaite.
beijo e bom fds
Felizmente a minha familia teve juizo amiga..
Fizemos o k tinha de ser feito...no devido local....e não era em casa concerteza.....
Obrigada pelo carinho,amizade,apoio k me deste nessa altura...
Amor de Mãe...esse sim é eterno...
pois é paula, e lembras-te da escandaleira q foi lá na terra por causa da vossa decisão... e, caramba, vocês é que tinham razão. amiga, quando escrevi este post lembrei-me precisamente da coragem que voces tiveram em respeitar a vontade da pessoa que ninguém amava mais do que vocês. essa é que é essa. lá onde ela está, há-de estar muito orgulhosa de vocês, tenho a certeza.
obrigada pela visita, volta sempre, amiga.
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