quarta-feira, dezembro 23

Amália? Hoje?

Agora vou ser mázinha. Deveras mázinha. Sem dó nem piedade.
Só num pais de tacanhos costumes, como o nosso, é que se ouvem e lêem coisas parvas como as críticas que tenho lido acerca deste álbum.
O album Amália Hoje é uma lufada de ar fresco na música portuguesa, e por acaso foi um sucesso este ano.
E é bom porquê? Porque é uma interpretação fresquíssima de fados da Amália, porque é de um grupo de músicos experientes e oriundos de bases diferentes do panorama musical (The Gift, Moonspell, Turbo Junkie...), e porque não quer tirar mérito nenhum ao que está feito: apenas vestiram o fado com uma roupagem pop electrónica, muito actual, muito in, e levaram-na a níveis onde o fado provavelmente nunca entraria.
Num quintal como este nosso Portugal, em que não se pode mexer nos três F (Fado, Futebol e Fátima), bastou mexer na Amália, que descansa no Panteão, para aparecer uma turma de tamancos a bater no peito e a dizer que é uma afronta, e que é horrivel, e parvoíces do género...
Uma afronta porquê? Os direitos de autor estao pagos e bem pagos, a família da Amália está a ganhar dinheiro com isto; muita gente nunca tinha olhado para os fados da Amália com olhos de ver , e depois de ouvir isto, percebeu a beleza dos poemas e foi pesquisar o original. Tornou aquele tipo de música, que é mais ou menos estanque, numa coisa costomizável, adaptável, acessível e - é verdade - comercial. E ouve-se nos bares, nas discotecas, as miúdas sonham e deliram a ouvir isto, ouve-se nos restaurantes selectos, e é o genérico de uma novela (e, por incrível que pareça, não fica Kitsch!...).
Não se quer imitar ninguém. Se isto é imitar, prendam já Cátias Guerreiros, Camanés, e outros fadistas-mirins que rodopiam à volta das memórias da Amália, a tentar ser como ela. Amália Hoje é mais actual, é mais abrangente - é mais diferente, e é por isso que é bom.
Os artistas ganham dinheiro com isto. Pois Ganham. E depois? A Amália também ganhou, e mesmo depois de morta continua a facturar... E todos os outros como ela.
A memória das pessoas e a memória cultural... é tudo muito lindo, mas vamos lá a deixar a tacanhez de lado e começar a olhar para as coisas como sujeitas a evolução... Cultura, evolução, progresso.
Faz muita falta abrir horizontes, a este povão. Ai faz, faz.

segunda-feira, dezembro 21

Avatar. James Cameron

Eu nem tinha muito interesse em ir ver. "Bonecada, mais um filme da treta pseudo sci-fi...", pensei. Mas com a devida insistência de quem de direito, fui, até porque para sair das mãos do Cameron, não podia ser mau.
Fui e abençoada hora. Apesar de ter que enfrentar um Fórum cheio de "caçoilos" sequiosos de gastar dinheiro em prendas foleiras e baratinhas, atafulhando-se pelos corredodes, embasbacados com as luzes de Natal tal como as melgas, VALEU A PENA.
E valeu a pena porque, sem qualquer sombra de dúvida, é o melhor filme que já vi. Posso dizê-lo sem pestanejar e sem sequer pensar muito.
Excelentes gráficos. Excelente script. Excelente banda sonora. A Sigourney Weaver. Consciência ecológica. Os Humanos como os mauzões da fita, a espécie que mata tudo o que toca.
Ficamos agarrados à tela em cada segundo do filme, o que prova que o guião é excelente. Torcemos todos para que os humanos sejam derrotados, e para que o herói se torne extra-terrestre.
E os personagens virtuais... mais expressivos que muitos actores de carne e osso, fazem-nos rir e chorar, queremos que ganhem, queremos estar ao lado deles. A interacção dos personagens virtuais com os actores é prodigiosa - não se nota qualquer diferença, são absolutamente perfeitos.
O apelo da natureza - desta vez, os extra-terrestres são seres superiores pelo respeito pela natureza e pela riqueza cultural e memória dos antepassados, as máquinas assassinas e destruidoras são os humanos invasores. Os aliens somos nós, à solta num planeta que queremos sugar sem dar nada em troca: a destruição da natureza pelo dinheiro - desta vez, os humanos saltaram para outro planeta, uma vez que haviam já destruído o nosso... Em muitas alturas do filme, os mais sensíveis para estas questões fazem logo a analogia da história com o que se passa na Amazónia: exploração, indígenas, destruição, dinheiro... isso tudo.
Um filme para ver outra vez. Sem dúvida. São 3 horas de puro deleite para os sentidos.

Uma nota absolutamente negativa para a Zon Lusomundo e para a Vodafone: que raio de coisa é aquela do Vodafone sound experience, em que nos mandam fechar os olhos ( eu não fechei e agarrei logo a carteira!!...), e ficar a ouvir uma salganhada de barulhos de avião, agua e mais não sei quê? Era suposto aquilo imitar o quê - um avião a despenhar-se? Que piadinha de mau gosto... Seja o que for, falhou redondamente, foi absolutamente ridiculo e vejam se acabam com isso que pagar bilhete para ouvir barulho não tem jeito nenhum. Não fosse a magnanimidade do filme, tinha pedido o livro de reclamações.

domingo, dezembro 20

Este é o meu Natal ideal

Assim sim. Cá está o meu conceito de Natal: a Ilha Natal: parte do território Australiano, com cerca de 135 km², tem como capital Flying Fish Cove, conhecida como The Settlement. Tem cerca de 1 402 habitantes.
Todos os natais venho para aqui dizer mal do Natal, Deus que me perdoe. Mas Deus perdoará, decerto, pois sabe bem que eu odeio o Natal não pelo que significa, mas pelo que fizeram dele. Whatever.
Desta vez vim dizer bem do Natal - nomeadamente desta Ilha. Dada a minha preferência por tempo quentinho - detesto chuva, odeio neve, nunca me apanhariam na Serra da Estrela no inverno, cruzes canhoto!... - ora aí está uma rica paragem para bebericar umas coisinhas tropicais com os pezinhos na aguinha azul. Nem pinheiros, nem bolas, nem sinos, muito menos Pai Natal. Só mergulhos e banhos de sol...
Garanto-vos que há-de ser um dia destes.

Mas, mesmo assim, cá vai um contrafeito chavão natalício: Boas Festas e cuidado com o Bolo Rei.

domingo, novembro 29

Desenganem-se, espertalhões... nem o génio da lampada sabe....

Um homem caminhava pela praia de Cascais e tropeçou numa velha lâmpada.
Pegou nela, esfregou-a e...um génio saltou lá de dentro, que disse:

'O.K.! Libertaste-me da lâmpada, blá, blá, blá! Esquece aquela história dos 3 desejos! Tens direito a um desejo apenas e ponto final!

O homem disse: Eu sempre quis ir aos Açores, mas tenho um medo enorme de voar...e no mar costumo ficar enjoado. Podes construir uma ponte até aos Açores, para eu poder ir de carro? '

O génio riu muito e disse:

Impossível. Pensa na logística do assunto. Como é que os pilares chegavam ao fundo do Oceano Atlântico? Pensa em quanto betão armado, em quanto aço, em quanta mão-de-obra... Não, de maneira nenhuma! Pensa noutro desejo.

O homem compreendeu e tentou pensar num desejo realmente possível.

Fui casado e divorciado 4 vezes. As minhas mulheres disseram sempre que eu não me importava com elas e que era um insensível.
Então, é meu desejo compreender as mulheres; saber como se sentem por dentro e o que estão a pensar quando não falam connosco; saber porque estão a chorar... saber realmente o que querem quando não dizem nada...saber como fazê-las realmente felizes!

O génio respondeu:

Queres a m... da ponte com duas ou quatro faixas?

segunda-feira, novembro 23

Que fartura!

Estou farta!!!
E hoje só me apetece bater em alguém.
É Angolanos a vir cá de jacto particular comprar bens de luxo, é politicos do governo a sonegar envolvimentos escandalosos em negociatas de milhões, é administradores de bancos e grandes empresas, e seus lacaios, a traficar influencias para amealhar o milhão, é lilis caneças e cinhas a viver não sei de quê e espalhar inutilidade, é betos na penúria a espezinhar quem ainda se conseguiu agarrar ao parco emprego, é estudantes aos magotes que só servem para engrossar as listas do centro de emprego daqui a uns anos, é latifundiários das grandes superfícies a açambarcar o mercado de maneira a esganar e asfixiar o pequeno comerciante, e os consumidores cada vez mais burros a engordar quem já é obeso, é bancos a esfolar o cliente durante anos e a deixá-lo sem eira nem beira no final de uma luta desigual, é a pedinchice aguda do português de agora, é a falta de civismo, de educação e de consideração pelo próximo...
Viver custa, mas infelizmente neste pais anda a custar demais...


quinta-feira, outubro 29

Aprendam, que ele não dura sempre...

Não que eu não achasse que o homem é esperto, pois então é o governador de um estado tão importante como a Califórnia, e de certeza que os californianos, que podem ser um pouco doidos, não serão decerto burros para o terem lá posto no poder.
Mas é, de facto, brilhante, esta moda que o mais famoso ciborg do cinema inventou e está a instituir na politica: em resposta à proposta de lei de um tipo que o tinha andado a aborrecer há uns tempos, o governador emitiu um veto, com o costumeiro comentário pessoal - que é seu apanágio. Mas não é um veto qualquer, tipo os do Cavaco - é um veto cheio de significado intrínseco, pois possui um brilhante acróstico que forma a expressão "fuck you" com as sete letras do inicio de cada frase... O tipo deu-se ao trabalho - ou mandou alguém dar-se ao trabalho - de inventar um texto com uma mensagem subliminar clara, concisa e objectiva, do género "ai chateias, melga, então toma lá um veto para as tuas propostazinhas da treta e olha - fuck you!!!". É ou não é de génio? Num texto oficial!!! É por isto que eu acho os americanos fantásticos - e este tipo nem sequer é americano!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Aposto que o Schwartzie andou a aprender umas coisinhas com o Danny DeVito... Cheira-me...

segunda-feira, outubro 12

O fim da saga

Meus caros, eu cá aguardava com muita ansiedade o dia de ontem. Confesso.
Mas desenganem-se os que estão a pensar que era por causa dos resultados - não era.
Como ainda estou recenseada na minha santa terrinha, essa princesa do Minho que é Ponte de Lima, interessava-me um pouco, obviamente, o resultado. Mas sabido este, agora é ve-los trabalhar.
O que me levou a paciência para lugares longínquos foi mesmo esta saga infernal de propaganda política. Chorrilhos infindáveis de militantismo galopante, balofos e bafientos, à mistura com bandeirinhas e aventais de plástico; ataques ferozes mútuos, promessas vagas e tretas a rodos.
Se todos estamos carequíssimas de saber que é tudo um monte de conversa pra boi dormir - e votar - para que raio insiste o sistema em financiar a malfadada campanha????
Três pontos essenciais sobre isto, a meu ver:
- Toooooda a gente sabe que o tachismo é o valor essencial em jogo. O político é um animal tachista, sobretudo. Essa treta de fazer mais pelo país já foi desmistificada há séculos, deixe-se disso quem ainda acredita. TACHO - e quanto mais aderente melhor, que é para não fugir.
- Partidos a mais - é um flagelo. Que raio é o POUS???? Quem são esses que só vemos a cada período de eleições? Já para não falar de outros que agora nem me lembro. Eu tinha uma solução muito boa para acabar com esta rebaldaria: já defendi que nas legislativas, os partidos que não obtivessem mais de 10% dos votos dos eleitores portugueses deviam ser automaticamente extintos. OK, talvez seja um pouco radical, até porque eliminavamos o PCP, se calhar, e eles fazem falta. Mas seja, baixei a minha fasquia para os 5% e por causa disto considero-me extremamente benevolente. liberdade partidária? isto é, liberdade para fazer partidos à parva que não servem para nada e ocupam que tempos de antena com gente feia e mal arranjada a dizer disparates e a cuspir para o microfone? OK, criem-se, mas estão sujeitos ao escrutínio dos eleitores - sem representatividade, acabou-se a festa. Façam novos partidos, venham com ideias de jeito. (ainda estou aqui a pensar no POUS...)
- Financiamento? Porque raio ando eu a pagar impostos para estes fulanos andarem a gastar em gasóleo, jantaradas e objectos de plástico???? Querem fazer campanha, financiem-na do próprio bolso, optem pelo contacto com o público sem tretas de concertos e aparatos, vao falar com as pessoas e apresentem as vossas ideias sem ataques parvos contra o adversário. A velhinha vai votar no tipo que lhe deu mais taparuéres? Bem, se calhar até vai... (atenção que eu sei escrever "tupperware", mas assim fica mais à laia das sardinhadas e dos porcos no espeto das campanhas...);

À parte desta retórica - também ela da treta, pois sim - diga-se que os Gato Fedorento estiveram bem no programa, foi a piada deste ano.

Depois, e com isto termino, para a próxima, pensem melhor e não nos macem com esta estopada de eleições com diferença de 15 dias... assim dá seca, e come-se tudo de uma vez, muita gente por aí acabou por sofrer uma mega congestão com os resultados.

Não havia necessidade, e viva a democracia, seja lá o que isso for....

terça-feira, setembro 15

Também sou filha de Deus




Ai pois sou. E fui uma semana de férias, sim senhor!! Mas cumpre aqui deixar dois apontamentos cinematográficos, pois fui ver duas obras da sétima arte, uma antes e outra no fim das férias. O primeiro apontamento vai para o fabuloso "Sacanas sem Lei", do não menos fabuloso Tarantino. Fantástico, delirei com o filme, e aquele Coronel Hans Landa tem que levar um óscar pela genialidade da representação. Reescreveu-se a história, naquele filme. E até foram buscar o Gedeon do "REX" (o que faz de Wiki), e tudo. Excelente e engenhoso. Tarantino, pelo menos uma cesta de óscares tens que levar para casa. Demorou, mas foi.
O segundo apontamento já não é tão favorável quanto o primeiro, pela perda de tempo... "The final destination", 3D, uma sequela de uma história de suspense de terror a três dimensões cuja história já tem barbas - um grupo de amigos vais sendo condicionado pelas premonições de um deles, que pensa que os pode salvar e acabam por morrer todos. Já tinha visto duas versões anteriores dessa coisa. E do filme, pelo facto de ser 3D - mais um balúrdio pelos óculos - pode dizer-se que sim senhor, impressiona, pois aparece sempre sangue a querer respingar para cima dos espectadores, e bocados de todo o tipo de coisas corto-contundentes. Houve partes do filme que, obviamente não vi - tive que fechar os olhos, e não foi por adormecer - isso queria eu.
And so it is, de volta ao trabalho, essa estiva tão necessária, praias para trás, ócio também, a ver se desta vez não vos deixo muito tempo sem beber desta aguarada que costumo escrever por aqui...

segunda-feira, agosto 24

Back on track.

Depois de uma breve incursão a um planeta diferente, volto.
Mais uma vez, mais um verão a trabalhar. Os outros todos de férias.

Que nervos.

Voto num candidato que imponha a paragem obrigatória no mês de Agosto: não se come, não se bebe, não se compra, não se vende, não se paga contas, não se paga impostos, não se viaja, não se paga salários nem se recebe, não se gasta nem se ganha, nem o euromilhoes (porque seria preciso uma pessoa a trabalhar para o registar).

Ficamos todos em casa a dormir. Ou em qualquer lado.

Pode ser?

terça-feira, abril 7

Exploração

Isto dos empregos está mesmo mal... Ontem vi um anúncio a pedir uma secretária de direcção, licenciada, com conhecimentos de Direito, Economia e Finanças, que fale Russo, Alemão e/ou Chinês, para além das linguas básicas (Português, Francês, Inglês e Espanhol) carta de condução e viatura própria, excelente apresentação, disponibilidade horária, etc....
Salário - 450 Euros....

terça-feira, março 31

quarta-feira, março 4

E foi assim em 4 de Março de 1125



"Em nome de Deus, eu, D.Teresa, filha do rei D.Afonso, saúdo-vos. Terei por bem fazer vila o lugar de Ponte de Lima(…) E quem fizer mal aos moradores da dita vila pague quinhentos soldos (…) E se alguém vier fazer mal às pessoas que de qualquer parte venham à feira, tanto na ida como na volta, pague 60 soldos. E os que morarem na mesma dita vila paguem todos os anos um soldo cada um, por suas casas, e nada paguem por suas hortas. E se alguém morar nesta vila e possuir propriedades fora dos seus limites, sejam livres de imposto. E de todas as terras cultivadas que lavrarem, paguem um quinto. Eu D. Teresa e meu filho D.Afonso autenticamos esta carta pelas nossas próprias mãos."
in. Foral de Ponte de Lima

Está assim no blog Ponte de Lima, e muito bem, pois nada melhor do que este extracto do foral de Ponte de lima para compreender a razão dos festejos de hoje - 884 anos de história, que fazem desta maravilha a vila mais antiga de Portugal.



Odeio este TEMPO!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, março 2

O poder feminino

Às vezes, até nos esquecemos que, desde pequeninas, nós, mulheres, sabemos sempre como dar a volta à situação... É pena, mas esquecemo-nos vezes demais.

terça-feira, fevereiro 24

Estado de "Citius"

No princípio era o Verbo, ou melhor, o Papel Escrito e Impresso. Explicando: antes, tínhamos uma forma complexa de trabalhar com a Justiça, com papéis, secretarias judiciais, volumes intermináveis de processos, etc. Agora, temos uma forma complexa de trabalhar com a justiça, mas sem papeis e sem volumes. Ou com isso tudo na mesma, mas com a benesse de ser mais fácil "apagar" processos inteiros - já não é preciso incendiar os tribunais, clica-se numa tecla "Delete" e já está.
O Citius é a aplicação informática
que pretende gerir o sistema judicial TODO, isto é, pretende centralizar informaticamente todos os processos judiciais, de forma a que tudo passa pelo sistema e está acessível às partes, clara e objectivamente - tudo entra por e-mail, tudo é notificado por e-mail, tudo se pode consultar a toda a hora, está lá TUDO. Acessível, claro, para os profissionais do Direito, devidamente credenciados para aceder à aplicação.
Desde Janeiro que este sistema é obrigatório para a maior parte dos processos de Direito Civil e do Trabalho, e tem vindo a causar desconfianças, irregularidades, incertezas e, sobretudo, críticas.
Teoricamente, isto seria uma mais-valia. TEORICAMENTE, funcionaria de forma a agilizar a justiça.
Mas, como sempre neste pais, alguma coisa tem que correr mal, e lá está, a fraca formação dos juízes e advogados na àrea informática, aliada à conhecidíssima resistência do funcionalismo público (não esqueçamos que os funcionários judiciais são funcionários públicos...) aos computadores, aliada ainda ao hábito triste da corrupção e do favorecimento, estão a fazer desta aplicação um meio de subverter ainda mais um sistema que já de si era débil.
Segundo o Público de hoje, "Dois processos surgiram encerrados no sistema informático de um tribunal português, sem o estarem. Noutro tribunal, a promoção de um magistrado do Ministério Público foi apagada por um técnico de informática, a pedido de uma funcionária." Alguém se admira?

Isto, por acaso, soube-se. Mas ficam de fora muitas destas que não se sabem...


segunda-feira, fevereiro 9

3 Vinténs = 3 Milhões

Ora meus amigos, ISTO está à venda. Digo "Isto" porque está em leilão como se se tratasse de um par de botas da Marlboro à venda no E-Bay.
E o "isto" não é a rapariga por si só, disso à venda há muitas. O que está a ser leiloado é a virgindade desta moçoila de 22 aninhos. A Natalie acha que é uma boa oportunidade de ganhar algum para pagar os seus estudos. Louvável, mas poderia recorrer a uma bolsa de estudo.
Este leilão foi lançado no site do famoso Rancho das Coelhinhas, nos EUA, que todos conhecemos graças à xaropada de documentário que anda a dar na SIC. Típico de um bordel, leiloar a virgindade de uma residente. É assim tipo uma praxe. Mas uma praxe muitíssimo rentável.
A rapariguinha e o patrão do bordel são capazes estar com sorte, uma vez que um australiano de 39 anos licitou pelos 3 milhões de euros, e caso ninguém licite acima disto, será ele o feliz comtemplado (vá, meninos, toca a partir o mealheiro, ainda vão a tempo de cobrir a oferta do australiano...).

2 comentários me apraz fazer em relação a isto:
- Nao me choca, é uma forma de prostituição como qualquer outra, se o otário está disposto a pagar é porque tem dinheiro;
- a rapariga não deve ter pai em casa.

domingo, fevereiro 8

Prioridades

O nosso Primeiro veio cá a Coimbra dizer que os casamentos homossexuais deverão ser a "bandeira" do PS, como esquerda do povo.
Realmente, em tempo de crise, com empresas a fechar, o desemprego a afectar quase toda a gente, o poder de compra a extinguir-se, e o nosso sistema económico à beira do colapso, o casamento dos homossexuais é a primeira coisa em que se deve pensar... o "povo" está satisfeitíssimo com esta prioridade do Sr. Primeiro Ministro.

À parte do que se pense acerca deste assunto dos casamentos dos homossexuais (eu cá por mim sou contra, assumo isso perfeitamente, os que são contra também têm direito à opinião, ou não?), acho que a esta altura o governo deveria pensar em medidas para combater a crise; a questão social base, neste momento, é o desemprego e o endividamento, que afectam TODOS, heterossexuais, homossexuais, bissexuais, enfim, o povo todo. Este governo tem a mania das minorias, mas isto é um exagero.

Mas deixem-no... se isto vai ser a bandeira do PS para as próximas eleições, acrescentando o chorrilho de asneiras que fizeram neste governo, podemos imaginar os resultados...

O azar de todos nós é que não há opções de jeito.

segunda-feira, fevereiro 2

Deixem-nos trabalhar!!!!!!!!

"Trabalhar dignifica o Homem", diz-se. Pois dignifica. Mas não dignifica TODO o Homem, às vezes até des-dignifica alguns (que foi? eu tinha um prof. que inventava palavras. Se ele pode, eu também posso!).
Toda a gente quer trabalhar; melhor, toda a gente quer um emprego. Melhor ainda, toda a gente quer mesmo é um salário ao fim do mês (se tiver um emprego que não dê muito trabalho, melhor ainda). No entanto, esta ânsia pelo salariozinho certinho para gastar no centro comercial ao fim-de-semana, ou nos copos, surge nestas novas gerações, à qual assumo que também pertenço, cada vez mais tarde: o pessoal põe-se a viver às custas dos pais até aos 30 e muitos, e está tudo muito bem; e nem casando e tendo rebentos desgrudam da saia da mãe. A vida está difícil!!
E porquê?
Tristemente, chegamos a um ponto em que ninguém sabe o que é ter que trabalhar para ganhar a vida e pagar as contas. Vence a teoria do "pai paga" e do "filhinho que não pode passar necessidades" e do "filhinho que é muito novo para sofrer as agruras do trabalho". No fundo, a maior parte dos pais pensa que está a zelar pelos filhos com os mimos, o apartamento perto da universidade, o carrinho novo para ir para a universidade, as roupinhas de marca para não ser discriminado na universidade, o pc portátil para exibir nos cafés, etc, mas, muito realisticamente, estão a passar um pomposo atestado de incompetência aos amados descendentes. E a impingir-lhes o péssimo hábito de aguardar que a maçã caia da arvore para poderem comer, o que contraria qualquer instinto de sobrevivência. Será que é por sermos racionais que somos mais incapazes de viver por nós próprios?

Talvez. Mas o facto é que a maior parte dos nossos meninos e meninas andam a estudar anos a fio, à custa de alguém, a pedinchar mesada amiúde, a exigir tudo e um par de botas, para depois acabarem os cursos e ficarem exactamente na mesma - a depender da mãmã. É um facto, não há empregos, estamos em crise.

Mas o mais caricato, é que o próprio sistema induz a estes hábitos, senão vejamos:

Um tipo anda a estudar uma data de anos, na maior das moinas, a depender de quem lhe pague as contas, o alcool e a farpela; acaba o curso, e, realmente, a unica coisa que é capaz de arranjar são os estágios profissionais. E lá vai ele, ganhar 800 € por mês, continuar a divertir-se porque agora tem mais dinheiro (muitas vezes, os pais continuam a pagar as contas, coitadinho do menino, o que são 800 €??); acaba o estágio, não aprendeu grande coisa, volta para casa da mãe e lá fica à espera de uma cunha. Fica depressivo porque não consegue manter o nível de vida que tinha, e agora é controlado directamente pelo pai;

Já um tipo que trabalhe para pagar os estudos (sim, há quem tenha que o fazer!!!), que se orgulha de viver com o pouco que ganha a fazer uma coisa qualquer que lhe permita pagar pelo menos o suporte básico de vida (casa, comida, livros e transporte), que não tem grandes tempos para moinas porque tem que pensar nos estudos e no trabalho, esse pobre acaba sempre por ser discriminado de duas maneiras, pelo menos: os colegas ostracizam-no porque está sempre a contar os tostões e o tempo que não tem para ir com eles para a borga; e depois, e mais grave, é discriminado pelo próprio sistema, que lhe veda o acesso a iniciativas como os estágios profissionais numa area para a qual se esforçou tanto a estudar, custeando tudo, porque já descontou para a segurança social...

Na realidade, o que vale mais? O parasitismo filial de depender do papá até para comprar uma cerveja, ou a iniciativa de começar a produzir alguma coisa?
Felizmente, as coisas vão mudando, e parece que, ultimamente, e fora o âmbito dos estágios profissionais, no sector privado vai-se dando mais importancia à iniciativa para trabalhar, à experiencia profissional, e vão ficando para trás os que nunca fizeram nada para além de ter uma santa a boa vida de estudante. Tem mesmo que ser assim, porque já não há empregos ideais, e, se os há, são para uma estrita minoria. Temos que nos adaptar, temos que batalhar, temos que suar e praguejar contra o nosso trabalho, mas sempre com a esperança de que tudo vai melhorar. Quem o faz sabe que é assim porque sabe que merece. Agora, quem não merece... que se fique pelo sofá da mãe a ver tv cabo, será o mais indicado.

Contra mim falo. Mas falo porque sei que podia ter feito as coisas de maneira diferente, mas felizmente fui-me emendando a tempo. E é uma emenda contínua, uma evolução que não acaba, penosa mas construtiva.

É como a cena do porquinho e da casa de betão, certo?



quinta-feira, janeiro 22

Não se cansa de lançar estas pérolas???

"PS aprova projectos para promover bicicleta mas chumba plano nacional de ciclovias"

Ai e tal, estamos gordos; ai e tal o colesterol e a vida sedentária. Ai e tal, não gastem combustível, que é caro e polui. Ai e tal, façam exercício físico e corram maratonas como ele. Mas dentro de casa!!!! Comprem bicicletas de ginástica e passadeiras, porque andar na rua a empecilhar o trânsito é que nem por isso.

Muito menos gastar dinheiro em ciclovias. Temos que poupar para o TGV, esse meio de transporte estratégico, alternativo e tão económico....

Fia-te na Virgem....

"Sócrates promete concluir "estratégico" TGV em 2013" (Público, hoje)
Mas será possível que este tipo pense que em 2013 ainda estará no governo???

E depois: "estratégico"????? Para quem??

terça-feira, janeiro 6

Ok. O miúdo ganhou um grande prémio, a juntar a ouros, uma proeza. Sim, o miudo é conhecido em todo o mundo. Certo, o miúdo era pobrezinho e tornou-se uma grande estrela multimilionária e intergaláctica do futebol. Parabéns, Miúdo. Porreiro, pá.
Mas só numa nação de analfabrutos (salvo o devido respeito pelos que o não são) como esta nossa do Fado-Futebol-Fátima, e outras quantas semelhantes, é que se idolatra desta maneira estúpida e cega um tipo que não faz nada de útil, só joga à bola e come tipas de duvidosa reputação.
Talento, ok. Na nossa selecção não faz grande coisa, mas seja. Mas que raio de utilidade tem os jogadores de futebol? Porque raio tem salários pornograficamente altos, porque raio temos que levar com todas as divisões da casa principesca do tipo, mas a casa de banho do Cristiano, a sala do Cristiano, a playstation do Cristiano, o plasma e os tapetes de pelo e demais foleiradas?? Um gaiato que nem ler tãopouco deve saber. Nem precisa... Irritou-me profundamente quando vi as publicidades que aliavam o sujeito às escolas. Que raio de exemplo é aquilo para os miúdos?? o futuro desejado é ser rico, comer gajas e ter carros muito caros? Mesmo que se seja um grande bronco e uma inutilidade pegada?
NAO é um heroi nacional, não aceito que este país seja representado sempre pelos mesmos broncos. Músculos, dinheiro, gajas, ...e cérebro, nem vê-lo! E as televisões bombardeiam-nos com imagens exclusivas do bidé do tipo... importantíssimo, do género, vejam, cambada de pobres, que este agora vive como so ricos e assim. Tem um bidé com dourados e tudo.
Dirão os homens: "ai e tal, assim é que é, eu queria ser como ele"; então vá, força, vão jogar à bola.
O Figo soube aproveitar a carreira, e é muito menos bronco do que era. Menos mal, e até merece o meu respeito. Deste Miudo, tenho que confessar - não gosto. De todo, principalmente a falsa modéstia que nao consegue disfarçar a arrogância desmedida. A continuar assim, vai acabar como o outro Ronaldo, o que agora é gordo e marginal. A ver vamos, a bem do miudo, esperemos que não. Ao menos, que ganhe juízo e use a fortuna para fazer alguma coisa de jeito. Ele, se quiser, pode.

Nota para quem fizer esta comparação: O Mourinho pode ser arrogante à vontade... a idade e a experiência dão-lhe esse estatuto...

Descobriu a pólvora...

Definitivamente, este Governo e este PM são cada vez mais parecidos com o Palhaço Triste: não sabemos de havemos de nos rir deles, se havemos de chorar de pena por eles estarem onde estão.

Vejam só esta: "O primeiro-ministro admitiu hoje pela primeira vez que Portugal poderá entrar em recessão e que quando o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2009, em Setembro, “ninguém tinha consciência da dimensão da crise”." In Público Online

Hoje. Pela 1ª vez. Agora é que chegou à conclusão daquilo que até o mais recôndito Zé das Couves sabia de gingeira há que tempos. Sr. PM, havia muitíssima gente que tinha consciência... o senhor e a sua vasta equipa de energúmenos utilizadores do Magalhaes é que, em Setembro, estavam a chegar de férias... e não perceberam!

Sem comentários... Assim assistimos ao início dos episódios da novela "Sacudindo a água do Capote", cujos protagonistas já conhecemos tão bem....

sexta-feira, janeiro 2

E depois do rescaldo... o que vem aí?

Acabou, finalmente, a maluqueira das festas de Natal de Fim-de-ano.
E agora? Dizem as previsões que este será o verdadeiro annus horribilis, com tudo o que é mau para acontecer... O Presidente da República diz que "as ilusões se pagam caras", os políticos já dizem que o pais se tornará ingovernável, maioritariamente por causa do desemprego galopante..., a crise não acaba, antes se estabelece, e vamos ficar todos na miséria.
Já digo como os Gato Fedorento, vamos é passar já para 2010, para evitar isto. Garanto que, se pudesse, enfiava a cabeça na areia e esperava que passasse a tempestade. Pessimista como sou, não antevejo nada de bom este ano, por isso não vi grande sentido nas mensagens de ano novo cheias de alegria e de esperança. Vai ser mesmo mau, deixem-se de ilusões e preparem-se para o pior.
Se 2008 foi fraquinho para muitos, pelo menos deseja-se que 2009 não seja pior para todos. E já não é mau.
Começamos a sofrer agora as consequencias de asneiras atrás de asneiras que TODOS (o governo, as empresas, nós) temos cometido. Não adianta esperar que as coisas se resolvam sozinhas, e também não adianta esperar que o governo faça alguma coisa.
Há que começar a pensar em fazer alguma coisa: quem tem emprego, deixe-se de tretas reaccionárias e agarre-se a ele; quem não tem emprego, deixe-se de laxismos, comodismos, trafulhices e esquisitices, e arranje um, seja qual for, porque o essencial vai ser ter, pelo menos, um ordenado em casa, por pouco que seja. A segurança social não vai aguentar o peso dos muitos parasitas que vivem à custa de todos nós, salvo o devido respeito or aqueles que tentam, honesta e realmente, sair do desemprego. Ao Governo, deixe-se de engordar o porco já muito obeso dos bancos, e vire-se para quem ainda sustenta este país - as empresas. Já todos percebemos que os bancos não vão fazer rigorosamente nada pela economia, apenas dar cabo dela de vez. Aos consumidores, deixem-se de consumismos exacerbados e de engordar os também já obesos grupos-líder, para quem não existe crise - temos muita gente no mercado que precisa de vender, e não vai sobreviver à crise, de certeza absoluta, sem a ajuda de quem precisa de comprar e não precisa de, nem pode cometer, excessos em compras de impulso.
Aos funcionários públicos, ganhem vergonha, que se tiveram 2.9% de aumento nos salários, dêem-se por muito sortudos, porque recebem salário certinho e cedo, todos os meses, tem benesses que a maior parte dos cidadãos não tem, e ainda podem dar-se ao luxo de tratar mal os utentes dos serviços públicos, porque ninguém lhes pode afectar o posto. Há muitos desses vosso utentes que não recebem salários há meses, e outros que não o têm mesmo.
Aos parasitas, sugadores de subsídios sem aplicação real, por favor, emigrem para longe, e deixem de ser um peso morto na nossa economia. Ou então começem a trabalhar, também dava bom resultado...

Temos que apertar o cinto, mas os que realmente o apertam são sempre os mesmos, e muitos já lá estão no último furo. E agora? Como vai ser?

Acredito que temos todos que bater no fundo para começarmos a rumar a bom porto, por isso, agarrem-se às bóias salva-vidas e aguentem-se...

Assim, aqui ficam os votos de um bom ano de 2009, na medida do possível, e que consigamos superar a crise... sem muitos ferimentos.