Uma amiga minha de Elvas contou-me ontem que, com o encerramento da maternidade de Elvas, as entidades responsáveis indicaram como alternativas os blocos de partos de Badajoz (a 12 km) ou em Évora e Portalegre, cidades mais distantes. Ora bem, os médicos espanhóis não vêem com bons olhos um aumento abrupto do número de grávidas portuguesas, e alertam que esta situação poderia levar à ruptura do trabalho no bloco de partos.
E se os argumentos científicos utilizados pelo governo são verdadeiros, há que ponderar, no entanto, e optar pelo mal menor. Em Elvas são realizados menos de 1000 ou 1500 partos, o número aconselhado para garantir o treino dos profissionais, há muitos anos. Tal como noutras maternidades. O que não impediu que estas maternidades tivessem certamente contribuído para que, numa década e meia, Portugal deixasse a cauda da Europa no que toca à mortalidade infantil, cujas taxas diminuíram vertiginosamente. Em tempo em que todos se queixam do envelhecimento da população, fazem-se coisas destas. E, se fosse dada às grávidas a possibilidade de escolher entre ter profissionais menos treinados e não ter a quem recorrer, e mesmo ter que fazer o parto dentro de uma ambulância a caminho de uma longínqua maternidade, provavelmente escolheriam a primeira opção.
O outro argumento contra o fecho da maternidade de Elvas é o facto de o Estado, sobretudo numa altura que prepara a sua modernização, ter obrigação de garantir que os portugueses possam nascer, com segurança, no seu país. Só se o Governo estiver a pensar em anexar Badajoz.... será?
Bem, fiquei contente em saber que o Manuel Alegre se juntou ao protesto contra o enterro da maternidade de Elvas. Este não é um problema só de uma povoação alentejana, é um problema de todos nós, porque a continuar assim, este é o espelho do que vai acontecer por todo o país: aos senhores médicos não lhes apetece trabalhar no interior, que chatice, por isso, as mães portuguesas do interior "esquecido e ostracizado" que tenham os filhos em casa, como se fazia dantes (bem, eu nasci em casa, e estou aqui....), ou nas ambulâncias, ou em maternidades distantes e com lotação esgotada....
fonte: asbeiras.pt
E se os argumentos científicos utilizados pelo governo são verdadeiros, há que ponderar, no entanto, e optar pelo mal menor. Em Elvas são realizados menos de 1000 ou 1500 partos, o número aconselhado para garantir o treino dos profissionais, há muitos anos. Tal como noutras maternidades. O que não impediu que estas maternidades tivessem certamente contribuído para que, numa década e meia, Portugal deixasse a cauda da Europa no que toca à mortalidade infantil, cujas taxas diminuíram vertiginosamente. Em tempo em que todos se queixam do envelhecimento da população, fazem-se coisas destas. E, se fosse dada às grávidas a possibilidade de escolher entre ter profissionais menos treinados e não ter a quem recorrer, e mesmo ter que fazer o parto dentro de uma ambulância a caminho de uma longínqua maternidade, provavelmente escolheriam a primeira opção.
O outro argumento contra o fecho da maternidade de Elvas é o facto de o Estado, sobretudo numa altura que prepara a sua modernização, ter obrigação de garantir que os portugueses possam nascer, com segurança, no seu país. Só se o Governo estiver a pensar em anexar Badajoz.... será?
Bem, fiquei contente em saber que o Manuel Alegre se juntou ao protesto contra o enterro da maternidade de Elvas. Este não é um problema só de uma povoação alentejana, é um problema de todos nós, porque a continuar assim, este é o espelho do que vai acontecer por todo o país: aos senhores médicos não lhes apetece trabalhar no interior, que chatice, por isso, as mães portuguesas do interior "esquecido e ostracizado" que tenham os filhos em casa, como se fazia dantes (bem, eu nasci em casa, e estou aqui....), ou nas ambulâncias, ou em maternidades distantes e com lotação esgotada....
fonte: asbeiras.pt
8 comentários:
Mais uma do nosso amigo socky! Fi*** da p*** car***o!!! ants fosse ele a parir plo cu todos os portugueses pa ver se mudava ideias!!
interessante tópico de discussão
e interessante tb que Badajoz possa ser uma alternativa e ao mesmo tempo que os espanhóis não queiram; provavelmente aí estaria uma óptima área de cooperação inter-países, nomeadamente com médicos/as portugueses/as e enfermeiros/as a participarem no hospital de badajoz; era capaz de ser a melhor maneira de resolver o problema.
Pois era sim senhor. E lembrarem-se disso???
Tenho que te agradecer o tópico. Para alem de ser o que penso sobre o encerramento da maternidade, o assunto também me toca por questões emocionais. Eu nasci na Maternidade Mariana Martins em Elvas e estou gravida. (estado de hipersensibilidade militante).
Sei que muitos elvenses nasceram em Badajoz, mas em clinicas privadas e tambem vejo com bons olhos a cooperação entre paises, que alias ja acontece noutros campos. Acontece que o Sr. Ministro da Saude deveria ter celebrado um protocolo antes de tomar decisões, não seria???
Kikas
Nada que agradecer! Preocupa-me este caso no geral, e também no particular: se a minha afilhada, por acaso, calhar de estar para nascer em Elvas, eu vou ficar aflita. E devia ser possível a toda a gente nascer em qualquer lado com o mínimo de meios adequados disponíveis e próximos. Falta de políticas estruturadas neste sector, é o que é: as parcerias podiam já estar feitas, podiam. Mas é mais fácil fechar o tasco e mandar a freguesia para outro lado....
Caros Senhores e Senhoras,
Obrigado por darem a Elvas e a possibilidade de encerramento da maternidade relevo no vosso blogue!
Contudo alguns factos estão incorrectos. Nomeadamente os médicos espanhois (sindicatos) falaram em nome da classe e não da comunidade medica dos hospitais pacenses!
Quero dar os parabéns a Kikas pelo seu estado e dizer-lhe que caso queira teria este Velho Conselheiro muito gosto em entrevista-la via mail para o blogue: zedemello.blogspot.com.
Caso aceite queira pois comunicar-me para zedemelo@sapo.pt
Caro Zé de Mello, não tem nada que agradecer, questões como esta tem que ser conhecidas e esmiuçadas, ainda mais porque é este um problema global. E obrigada pela correcção!
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